O nosso projeto

Fazendo Ciência: identificando bivalves comercializados em Igarassu-PE nativos de praia e manguezal local

 A classe Bivalvia compreende moluscos de corpo achatado lateralmente, possuem concha calcária formada por duas valvas que protegem a massa visceral. São essas valvas as principais estruturas observadas para identificação dos bivalves[1].
 

 Dentre os ecossistemas, o manguezal tem grande importância na economia de subsistência de várias comunidades litorâneas. Desde tempos remotos, a abundância de alimentos existente nas florestas de mangue já atraía grupamentos humanos que viviam próximos ao litoral[2]. Na região costeira de Pernambuco, muitas famílias vivem da coleta de mariscos, tanto para consumo próprio como para venda a restaurantes, feiras livres e nas praias[3].
Para muitas comunidades ribeirinhas que vivem próximas aos manguezais, os moluscos representam um dos grupos de maior relevância econômica. A coleta desses animais pode constituir-se na principal fonte de renda das famílias envolvidas, ou complementar a renda oriunda de atividades assalariadas[4].             A catação desses moluscos é bastante rudimentar, sendo efetuada com as mãos nuas ou com a utilização de ferramentas adaptadas e geralmente estende-se pelo ano todo [5].
Em toda região costeira de Pernambuco, uma quantidade significativa de artesanato é produzida a partir  da  macrofauna  marinha[3]. Além de serem utilizados na alimentação e para o artesanato, os moluscos, em especial os bivalves, representam bons indicadores ambientais. Eles são amplamente utilizados como animais testes para estudos toxicológicos, já que, em sua maioria, são animais filtradores, que, ao realizarem a filtração da água, entram em contato também com substâncias que estão presentes no meio, sendo algumas destas substâncias prejudiciais aos indivíduos[6].  
Muitas famílias estão sendo cada vez mais afetadas com as problemáticas ambientais que ameaçam e degradam o recurso/marisco, por uma gestão deficiente, por tecnologias inapropriadas, pela aquicultura intensiva, e por políticas de pesca que não respeitam a equidade de gênero[7].
Os bivalves da Praia do ramalho têm grande importância na economia local, sendo assim necessária a sua conservação que implica no uso sustentável deste recurso. Para isso, é de suma importância conhecê-los tanto em termos taxonômicos quanto ecológicos, podendo-se assim monitorar sua exploração de maneira sustentável[1]. Sendo assim, o presente trabalho objetivou um levantamento taxonômico dos bivalves oriundos da Praia do Ramalho e do manguezal comercializados em  Igarassu-PE, desde a massa visceral para alimentação até conchas utilizadas no zooartesanato local.

Metodologia 

·        Coleta e identificação das conchas

·        Entrevista com marisqueiros

·        Busca de alternativas para o biolixo



Referências

[1]   OLIVEIRA, J. A. B.; MARQUES, H. S.; ALVES, A. V. Malacofauna Bivalvia da Praia do Ramalho In: III Mostra Mercosul de Ciência e Tecnologia, 2009. Universidade de São Paulo. Resumos de projetos. USP: Ministério de Ciência e Tecnologia, 2009, p. 5a.
[2]   ALVES, R. R. N.; NISHIDA, A. K. A ecdise do caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Crustacea, Decapoda, Brachyura) na visão dos caranguejeiros. Interciencia, v. 27, n. 3, p. 110-117. 2002.
[3]   ALVES, M. S.; SILVA, M. A.; MELO-JUNIOR, M.; PARANAGUÁ, M. N.; PINTO, S. L. Zooartesanato comercializado em Recife, Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Zoociências. cidade, v. 8, n. 2, p. 99-109, dez. 2006.
[4]   NISHIDA, A.K. Catadores de moluscos do litoral Paraibano. Estratégias de subsistência e formas de percepção da natureza. Tese (Doutorado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 2000.
[5]   NISHIDA, A. K.  Aspectos Sócioeconômicos dos Catadores de moluscos do Litoral Paraibano, Nordeste, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra. São Paulo. Vol. 8. 2008.
[6]   DAVID, J. A. O. Estudo de Mytella falcata (Mollusca, Bivalvia) como indicadora de efeitos genotóxicos e citotóxicos no estuário de Santos, SP. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas). Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro. Rio Claro, 2007.
[7]   SILVA, E. L. P. A mulher & lama uma imbricação contemporânea: perspectiva de gênero e trabalho no estuário do Rio Paraíba, Brasil.  In: II Seminário Nacional Gênero e Práticas Culturais, 2009. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa. 2009.
[8]   RIOS, E. C. Seashells of Brazil - 2ª edição - Rio Grande: FURG, 1994. 492p.
[9]   TENORIO, D. O.; LUZ, B. R. A.; MELO, W. R. Moluscos marinhos do estado de Pernambuco. In: SECTMA, Diagnóstico da biodiversidade de Pernambuco. 1 ed. Recife: SECTMA-PE, 2001, v.01, p. 01-65